segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mar feio, vento norte e sargos

Fui novamente à Costa Alentejana fazer um surfcasting, e apesar das previsões no inicio da semana não serem as melhores, com o aproximar do fim-de-semana, estas foram melhorando e apesar do muito vento previsto deu para pescar razoavelmente bem.

Mas começemos pelo principio...

Marquei esta pesca de domingo apenas sexta-feira. Como as previsões eram de algum vento e mar bastante grande (4.2m NW e período 12) pensei que talvez fosse melhor ir tentar uns achigãs ou deixar-me ficar por casa à lareira. Mas como o vontade é sempre maior decidi arriscar  e programar então a pesca.


Toca o despertador domingo eram 5h00, levantar e preparar a comida, pôr a tralha no carro e fazer os 90km ainda de noite. Chegados ao local estava o dia a clarear, algum vento e mar pequeno, nada do que as previsões assim o previam.


Entre as 07h00 e as 10h00 tirei apenas 1 sargo médio e 1 baila, e mais uns quantos sarguitos devovidos. Quando o relógio marcava 10h00 em ponto vejo uma das canas a bater levemente, começo a recolher e sinto um peso bruto. Segui-se o vai-vem habitual na escoa e sai este menino...



Quando o vi sair ainda me deu a sensação de ser um parguito pelo feitio da cabeça e altura do peixe mas não, era um sargo que acusou 1,600kg na balança.
Pesca novamente lá para dentro,



...e a partir daí foram 2 horas à Benfica...


 



Total de 12 peixes (11sargos e 1 baila), 7.600kg.

Apesar de as previsões não serem as mais animadoras acabou por ser uma excelente pesca. Mais tarde postarei um vídeo com algumas das capturas.

Abraço e para a semana há mais (logo se vê).

João Paiva

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Rio & Mar para destressar (parte 2)

O fim-de-semana já lá ia mas como tinha tirado esta segunda-feira ainda tinha mais 2 dias.eheh
Consultei o hidrográfico no dia anterior e vi que a baixa-mar seria por volta das 11h e tal, por isso, toca de levantar ás 08h30. Pequeno-almoço tomado, paragem no Pingo Doce de Montemor para comprar água, pão e presunto e siga para o litoral.
Cheguei ao Carvalhal por volta das 10h30 (ainda são 90km de caminho). Ao chegar as condições agradaram-me, céu tapado, vento fraco de oeste e mar certinho e agitado.


A pesca foi fraca, fui tirando e soltando vários peixes sem medida entre sargos e um linguado. Só levei casulo e uma caixa de coreana, logo as minhas expectativas não eram muito altas. O lingueirão é, para mim, o rei dos iscos naquelas praias, e o facto de não o ter conseguido arranjar fez com que não esperasse grandes resultados. Fez-me ainda mais "comichão" não ter levado lingueirão quando um pescado que estava a 100m de mim tirou 2 robalos bons com lingueirão, tinham sensivelmente 1,5 a 2kg cada um.


Este foi o resultado das 5 horas de pesca, o maior tinha 500gr, e os outros entre as 200-300gr. A baila coitada saiu da água já a escorrer sangue das guelras devido ao facto de o anzol ser generoso e com o mar a bater daquela maneira não vi o toque.


Com o sol já caído e o mar parado arrumei a tralha, sentei-me a fumar um cigarro e arranquei para casa.

Gostava de dizer que "para a semana há mais" mas as previsões não são nada animadoras, por isso, "quando o mar deixar há mais".

Abraço.

João Paiva

Rio & Mar para destressar (parte 1)

Fim-de-semana de 4 dias só para alguns...

Aproveitei o facto de o feriado calhar a uma terça-feira e tirei um dia de férias. Nada melhor que aproveitar para fazer umas pescas.

Sábado a seguir ao almoço peguei no barco e fui até a umas albufeiras perto de casa (Montemor-o-novo) tentar fazer uns peixes. Ao chegar ao local deparo-me com a água muito acastanhada fruto das chuvas torrenciais que caíram na última semana.

 
Com  a água desta cor pensei que só poderia ter algum sucesso com amostras "barulhentas"/superfície. Daí que optei por começar com uma popper de cores brilhantes. Apenas tive 2 ou 3 toques de peixe pequeno.
Penso que o facto de o peixe estar pouco activo se deva ao facto de o tempo ter estado instável nos últimos dias/semana.
Ainda tentei com vinis no meio das ervas, com lançamentos cirúrgicos e quedas lentas,  para tentar enganar algum mas nem um toque, apenas se viam as carpas a comer á superfície a formiga-de-asa que já vai aparecendo em monte por esta altura.


Mudei para uma outra albufeira perto mas o resultados foram semelhantes, excepto o facto de ter perdido um peixe já jeitoso que com um safanão soltou a popper da boca, ainda o vi à superfície e penso que deveria ter perto de 1 kg. Deu no entanto para confirmar que o peixe estava bastante letárgico, visto que só consegui provocar o ataque animando a popper com paragens algo prolongadas e passando muito perto das estruturas.


Com o sol já a desaparecer peguei na tralha e siga para casa que hoje dava o Benfica. Na segunda haveria de ir outra vez mas desta vez para a costa alentejana. (parte 2)...

Abraço.

João Paiva


(MAFALDA)


Não sou pescadora mas vou à pesca mais vezes que muitos.

 Desde 2009 habituei-me a acompanhar o João nas idas à pesca, quer fosse para o Rio ou para o Mar. Este hábito, que confesso ter começado por ser um pouco forçado, hoje em dia dá-me imenso prazer e serve-me de descanso e de fuga da confusão citadina. 
Quando me disse que ia começar o blog, sugeri também contribuir ao descrever as pescarias através do olhar de quem não pratica. Por saber que a maioria dos seguidores são pescadores tentarei não fugir ao tema. Resta acrescentar que, como bom pescador que é, o João nunca leva peixe de água doce para casa e no mar apenas leva os que considera “bons”, ainda que já tenham um tamanho bem acima da medida, deixando os curiosos que por lá passem boquiabertos (a excepção é, claro, os pobres que embucharem).  

Este fim-de-semana fomos para Montemor-o-Novo e aproveitámos para ir fazer uns lançamentos numas albufeiras. Pegámos no barco, enfiámo-lo em cima do jipe preso por uns cabos, e com as canas já preparadas lá fomos nós. A primeira, a que designamos “Pic-nic”, é uma linda albufeira. O seu tamanho, a vegetação que a envolve e os animais que por lá passeiam e param para beber água à beira, fazem com que esta se torne o quadro perfeito para a lente da máquina fotográfica. Não é difícil chegar ao fim de um dia de pesca e, quando ligamos a máquina ao PC, depararmo-nos com 200 fotografias. Difícil é fazer uma selecção que demonstre a tranquilidade e o prazer inerente ao passeio.


   
 Bom, mas voltando ao “Pic-nic”, o João lá fazia os seus lançamentos com a minha amostra favorita, ou seja, a de superfície “popper” – “a que faz barulho”, digo eu quando peço para a usar nas vezes que tento pescar – enquanto eu lia o “Equador” de Miguel Sousa Tavares. A escolha da amostra, segundo o que tento aprender neste curto percurso, deve-se ao facto da água estar bastante escura naquele dia. Quando estava na hora de voltar para a casa e para o quentinho da lareira, saímos do barco e voltámos a fazer o mesmo processo de o pôr em cima do jipe. Eis que surge «vamos só ali um bocadinho aos “Ingleses”». Pois bem, quem tem namorados/maridos pescadores bem sabe que o “vamos só” equivale a mais uma pescaria e que o “voltamos cedo” nem sempre equivale ao cedo dos “não pescadores”. Mas lá cedi e fomos até à segunda albufeira, que como disse damos o nome de “Ingleses”.
Como o dia já estava longo, não valia a pena levar grandes coisas para o barco e, por isso, o “Equador” teve mesmo de ficar no carro. Os “Ingleses” é uma albufeira que o João descobriu há já alguns aninhos e onde é sagrado fazer uma paragem nos fins-de-semana em que a pesca faz parte dos planos. Não tão grande quanto o “Pic-Nic” é igualmente bonita. Com uma pequena ilha no centro, que aparece nas alturas em que o nível da água está mais baixo, é muito engraçado andar por lá de barco. Apesar da água estar igualmente escura, João desta vez apanhou um peixinho e perdeu mais um ou outro. 

  
Com a mudança da hora, o sol pôs-se mais cedo o que fez com que a pesca chegasse ao fim e que, agora sim, a paragem seguinte fosse a quente casa com a lareira acesa. 



Mafalda Antunes